terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

FLASH BACK AO SOM DE A-HA

Por Jefferson Rocha

Enquanto escrevia essas linhas, o som ao vivo do A-HA estava muito alto no meu fone. Uma dessas apresentações do Live 8. Uma trilha sonora que ecoava não apenas na minha cabeça, mas também em minhas lembranças.

É incrível como nada é tão oitentista quanto o vocal de Morten Harket. Talvez, a voz da dublagem do Daniel Larusso, no clássico Karate Kid – A hora da verdade. Falando nisso, outro dia vi a foto de Ralph Macchio e parece que o cara não envelhece, mesmo sabendo que ele é de 62, acho que tem os mesmos 17 anos como no filme.



Minhas lembranças, alimentada pelos acordes de Magne Furuholmen e sua turma, foram parar nos meus colégios, nos amores adolescentes, nos amigos que se foram e em vertigens fabricadas pela minha imaginação.

Lembrei do velho colete jeans, meio cafona, que cobria o uniforme branco da escola estadual largada aos frangalhos pelo governo da época. Interessante como achava que o tal colete cafona deixava o visual de aluno pobre, menos careta. Poderia até ficar “irado”, mas continuava feio pra cacete.

Lembrei de um irmão que a vida havia enviado pra mim e que perdi cedo demais por conta de um acidente automobilístico. Lembrei também das festas e dos inúmeros vinis que carregávamos embaixo do braço, às altas horas para alimentar a pegada com nossas canções... Sim, sim, tínhamos muito A-HA.

“I'll be hunting high and low… High… There's no end to the lengths… I'll go to hunting high and low…High… There's no end to lengths I'll go”

Lembrei dos amores, aqueles que morreríamos por eles e que depois descobríamos que não tomaríamos nem uma injeção por eles.

Na época,o acnase era o nosso creme de barbear e o banheiro não era ainda a igreja de todos os bêbados. Essa inocência era de propósito, o desconhecido era uma sensação de medo e prazer.

Gosto de recordar, gosto de sentir saudade. Sentimos saudade e ternura das coisas boas que vivemos. Assim lembro até das dificuldades. Tudo é aprendizado.

“ Cry wolf…Time to worry… Cry wolf… Time to worry now”

Essa aí me fez lembrar as boas gargalhadas e a temperatura alta dos terraços que ocupávamos nos sábados à noite e nas tardes de domingo.

Madrugada de boas recordações...

Basta termos boas histórias, e todos nós temos. Não recordei por acaso. Recordei porque valorizo minha história. Valorize a sua. Não existe essa de que “Minha vida não é interessante, ou não vale a pena”. Com uma boa trilha sonora, você pode lembrar-se de grandes passagens.

“Take on me… Take me on…I'll be gone… In a day or two”

Muito obrigado pelo festival, Senhor Bob Geldof!