quarta-feira, 21 de agosto de 2013

SEGUNDA APRESENTAÇÃO DO SHOW: “O SOM DA TERRA” – A preparação.

Por Jefferson Rocha

Então é assim galera!

Semana de definições para mais uma apresentação do Viola no Trilho! O som da Terra vai ganhando novos rumos, novos ares, novos casulos, mas não muda sua essência. A paixão pelo que se cria ou “copia”, continua intensa.


Foto de celular é ruim pra caramba! Mas aqui o que vale é o recorte do ensaio

Cópia é uma palavra meio violenta! Digamos que sofrer influências não é propriamente copiar, e sim uma espécie de homenagear quem você curte e respeita.  Soltar no salão sua visão sobre obras consolidadas.

A poesia basta. Na sua essência, ela já é completa. Não precisa de mais nada para modificá-la. Harmoniosamente falando, mantemos a letra, modificamos a canção. Na verdade, isso não passa de uma maneira de emoldurar um quadro com outras madeiras. Sai o compensado que se desmancha e entra o carvalho. Esses são os artesões: os caras que estavam por trás dos caras!


Aventura! Breve saberão do que se trata

Há espaço para o nosso. O nosso é tão importante quanto. Música tem suas particularidades, mesmo não sendo nossas, passam a ser de uma forma ou de outra. Dependendo, de uma maneira ou de outra, nos apropriamos das obras a cada interpretação.

O importante é isso... ainda bem.

Para essa apresentação, “O Som da Terra” ganha novos set’s. Escolhemos canções que se encaixam no espetáculo, como peças esquecidas na gaveta de um velho Lego. Em um inverno rigoroso, nossos ensaios são acalorados. Acho que frio aflorou a criatividade da galera, e conseguimos criar um arranjo fantástico para uma música velhinha, com cara de nova.

Como “no inverno fica tarde mais cedo”, aprendemos com a estação que a hora tem que ser corrida, até ela mesma se completar.

“Aventura”, a nova obra de arte que entra no show: música que pegou a galera pelo peito e fez com que todos se apaixonassem. Linda, completa, e mesmo assim ganhou a nossa cara também.
Vem aí o geral: dia de encaixar tudo que estava solto. A paz é destaque no reino do Viola. Espero que gostem... Tá redondinho.

Combinado então. O “Viola no Trilho” volta na próxima sexta, na Praça da Estação! Vocês continuam sendo nossos melhores convidados! 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PENSO... LOGO DEIXO DE ESCUTAR...

Escrevi esse texto para o jornal o informante de Timóteo! Publicado também no blog www.palpitandoocotidiano.com do jornalista e amigo Rodolfo Rodrigues.  




Preciso de um sucesso efêmero... É urgente. Preciso de uma porção de palavras rítmicas, que entre na cabeça feito o cheiro impregnante de algo perecível que passou da data... quase lixo. Preciso de algo tão efêmero, que me impeça de ter compromisso com isso por muito tempo. Quero apenas ganhar rios de dinheiro, e depois me livro disso.

Esse aí deve ser o processo de escolha de muitos produtores musicais para a contratação dessas coisas que chamam de música hoje em dia. Refrão fácil e nada a passar. Concordo que música e outras formas de arte têm também o papel do entretenimento, mas não quer dizer que não tenha o compromisso com algo além disso.

A indústria fonográfica no Brasil, com advento da internet, se deparou com uma crise criada por ela mesma. Primeiro, a música no Brasil é um produto caro. O CD físico de um grande artista torna-se inviável à grande massa. Um produto cultural de massa seria a salvação da lavoura para alavancar o rombo causado pelos downloads?

Não vou explanar sobre um universo que pouco conheço, prefiro contestar a qualidade do que se produz. Aí, não precisa ser expert para saber que o lixo cuspido no mercado pelas grandes corporações através de seus jabás infernais, não tem muito a ver com arte. Não que cultura seja uma exclusividade do lirismo, do sofisticado. Existem vários tipos de cultura,mas, o que temos hoje em dia não é nem cultura popular. Até no brega, existe qualidade quando se tem algum compromisso ao fazer.

Nos sons regionais de subúrbios e guetos, mesmo que a qualidade técnica não seja das melhores, o recado é passado. O respeito pelo que se acredita é evidente. Posso não ser fã, por exemplo, do Calipso, mas reconheço seu papel na cultura paraense. Tenho minhas objeções quanto ao Funk Carioca, mas é uma manifestação suburbana legítima (com algumas ressalvas).

Agora, dizer que tchu tcha tcha, Fiorinos, Dodge RAM, Tche tche, xa xa e outras coisas incompreensíveis são manifestações de algo, é forçar a barra demais na indústria jabazeira. Meu whisky não precisa de água de coco.

A música não precisa ser erudita o tempo todo, tampouco Luan Santânica. Aliás, esse aí não demora a ser esquecido. Nesse meio, só os bons sobrevivem; ou melhor se eternizam: vide Chitãozinho e Chororó, Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, dentre outros.

Meteoro de verdade é aquele que mesmo depois que sua carreira é interrompida, vende sua arte até hoje. É aquele que sem a mídia fungando no cangote, lota todos seus shows, ou então, aquele que depois de muitos anos, tem sua música transformada em filme, por exemplo.


Neste Faroeste Caboclo da indústria musical não sobrevive o fenômeno midiático. Só fica de pé mesmo, quem tem algo a dizer, além de um refrão fácil

terça-feira, 6 de agosto de 2013

VIOLA NO TRILHO

Após alguns meses de trampo, estava na hora de estrear... Escrevi o release e depois o mesmo foi revisado pelo colega jornalista Zé Vinicius. 

Acho que atendeu...

O som da terra.


Nogueira, Rangel, Alves, Magalhães, de Freitas, 
Carvalho, Rocha e Russo pouco antes da estréia.

Pegue um grupo de música regional e MPB, que transforma canções em modas de viola e acrescente a latente preocupação com as questões da terra. Pronto! Temos agora um conjunto de duas receitas que geram o novo show do Viola no Trilho.

Formado há cinco anos pelo radialista Dário de Freitas, músico violeiro que compõe a maioria das canções do grupo, o Viola no Trilho vem apresentando seu repertório em vários eventos culturais da nossa região. 

Mantendo uma parceira com outro radialista, Roberto Nogueira, o grupo se destaca pelas leituras de canções regionais. Para compor o novo show, o grupo ainda conta com Jefferson Rocha na produção e voz, Kito Magalhaes: voz, violão e direção musical, Lucas Alves: voz e violão, Zé Russo no Acordeon, Edmar Carvalho: voz, contrabaixo e violão, e Alessandro Rangel na percussão. O show conta ainda com a iluminação de Ademir Vinil.


O bituca disse uma vez que "todo o artista tem de ir aonde o povo está." 
Mas é bem melhor trazer a galera para o teatro as vezes.  
                                                                                


                 
Musicalidade

Releituras de grandes sucessos que norteiam a história do grupo e direcionam os elementos para a temática central dos questionamentos sobre politicas e meio ambiente. O grupo não tem a preocupação de propor nenhum debate sobre o tema, apenas apresenta esses elementos de forma sutil. Uma verdadeira celebração, mesmo em forma de festa para despertar o senso crítico que existe em cada um de nós. E que fique bem claro: Não é politica, é poesia. O repertório do show “Som da terra” é composto por canções do próprio grupo e versões de alguns clássicos da música regional. Caetano e Novos Baianos, Banda de pau e Corda, Grupo Moxuara do Espírito Santo entre outros sons. Desconstruir sons e transformá-los de forma singular é o maior desafio que o show traz.


Tudo isso é só o começo.


Com todos esses elementos, “O som da terra” é um verdadeiro desafio para o grupo: desfilar essas canções e poesias, buscar na temática central a reflexão para o tema, celebrar os cinco anos de grupo e festejar a música como formadora de opinião. É com essa pretensão que o Viola no Trilho apresenta seu show com o orgulho de quem realmente acredita na arte como solução para os problemas do cotidiano. Seja bem vindo a essa viagem!